Monday, September 01, 2008

Tamega ganha mais uma e Xandao no site da Fluir! Bom demais!!!

Parabens GT pela vitoria fico feliz de ver voce voltar a vencer!!!
E parabens tbm ao Xandao pela bela entrevista no site da Fluir.... Como nos velhos tempos.
Quando e que todos vao conseguir enxergar nosso esporte como um verdadeiro esporte? No Brasil e dificil.. Mas com a garra desses novos atletas pro quem sabe....
Parabens a todos,
Abraços e curtem a entrevista.


Novo portal reúne comunidade no Planetabodyboard.com, site especializado com notícias, entrevistas, imagens, vídeos e coberturas exclusivas de campeonatos e tudo o que rola no universo do esporte.
Por Redação Fluir
Idealizado e comandado pelo carioca Xandão Barros, o
Planetabodyboard.com é o novo espaço do bodyboarding na internet. Figura conhecida e respeitada no meio, Xandão conheceu o bodyboard em meados da década de 80, no início do boom do esporte no Brasil. Participou de muitos campeonatos amadores, sempre na companhia de seu irmão Billy Barros. Em 91 tornou-se atleta profissional, mas em 93 deixou de lado a camisa de competição para trabalhar no mercado financeiro, época que também passou a se dedicar mais ao jiu-jitsu. Voltou ao cenário do bodyboard no final de 96, integrando a equipe da extinta revista Bodyboarding Style.Voz ativa e referência na comunicação do esporte no país, Xandão passou os últimos sete anos à frente da área de bodyboard no portal Waves.Terra. Este ano, ele sai em carreira solo com o lançamento do Planetabodyboard.com, portal direcionado aos praticantes e amantes de um dos mais vitoriosos esportes radicais no Brasil - com sete títulos mundiais, seis conquistados por Guilherme Tâmega e um por Paulo Barcellos, ambos do Rio de Janeiro. Nesta entrevista, Xandão, 36, fala sobre o novo projeto e dá um panorama da modalidade. Nascido em uma família de remadores, ele é neto de Bill Barros, que projetou e construiu o estádio de Remo da Lagoa, única raia olímpica do país.

Sendo ex-atleta e um dos mais antigos críticos do esporte, como você avalia a situação atual do bodyboarding?

Para começar, não sou ex-atleta, sou atleta Master e me amarro em competir ainda. A situação do esporte melhora com a consolidação de um circuito mundial unificado e a definição de um calendário funcional. O amadurecimento dos atletas Pro também contribui para esse momento positivo que o bodyboard vive. Em 2008 serão onze etapas do tour mundial, sendo três no Brasil: Santa Catarina, Rio de Janeiro e Bahia. As famosas Pipeline, Shark Island, El Gringo e as duas etapas nas Ilhas Canárias dão o equilíbrio no melhor estilo "tubo na pedra seca". Tem ainda a perna européia, onde brasileiros fazem o caminho contrário da história do mundo e dominam a península Ibérica, Portugal e Espanha. Parafraseando nosso Presidente, digo que nunca na história desse país tivemos tanto interesse e apoio ao bodyboard. Espero que os dirigentes não desperdicem essa grande chance e mantenham o foco no caminho ascendente.

O que falta para o bodyboarding ter mais adeptos e espaço na mídia?

O bodyboard é um esporte muito popular e com muitos praticantes em todo mundo, muito mais que no boom dos anos 90, quando o esporte era febre no Brasil e destaque da rede Globo. A falta de mídia é que dá essa sensação de esporte pequeno, com poucos praticantes. Vai pegar onda em Itacoatiara, São Conrado ou mesmo na praia do Futuro, em Fortaleza. Totalmente dominado! Na real, o bodyboard é democrático: ao mesmo tempo que pode ser diversão pra uma pessoa mais velha ou com alguma limitação física, é muito radical e perigoso em situações extremas, o que instiga os mais jovens. Mais espaço na mídia se consegue com profissionalismo e planejamento. O esporte deve explorar a imagem dos mais atirados no "extreme bodyboarding", além da beleza e atitude das meninas praticantes.

A que você atribui o fato de o bodyboarding brasileiro ter sete títulos mundiais na categoria masculina, enquanto o surf não tem nenhum?

Acredito que tanto os atletas do surf como os do bodyboard querem vencer. A diferença está em como encaram a própria situação. Ninguém vai ganhar do Kelly Slater em Pipeline se não ficar internado no Hawaii por meses, todos os anos. Da mesma maneira que Tâmega só superou o Mike Stewart por ser determinado e atleta no sentido literal da palavra. Não existe vitória sem sofrimento. A nova geração do bodyboard, além da referência positiva de GT (na minha opinião o maior bodyboarder de todos os tempos), vive de premiação. Se não se der bem no campeonato, o sonho acaba. E isso acaba tornando-se um grande motivador. A primeira geração do esporte no Brasil, formada por Marcos Kung, Billy Portinari, Xandinho, Cláudio Marques, entre outros, tinha muita atitude, união e espírito de competição. O bodyboard brasileiro nunca abaixou a cabeça pelo fato do mar estar grande ou difícil, ou por cair na bateria com quem quer que seja. Acontece justamente o contrário, os caras crescem. Tâmega foi campeão em Pipeline no auge da carreira do Mike Stewart e no maior mar da história do evento. Por isso, os bodyboarders brasileiros são respeitados no mundo todo.

O que representa para o esporte o lançamento do novo portal Planetabodyboard?

A comunicação do bodyboard é, atualmente, truncada e dispersa. As mídias "oficiais" das entidades são muito limitadas, as provas são transmitidas ao vivo e a assessoria se esforça para manter as grandes mídias informadas. Na sintonia fina, falta direcionar melhor os meios de comunicação, criar pautas e fazer o esporte voltar a ser notícia. Depois de muitos anos escrevendo sobre bodyboard na net, percebi que o conteúdo nunca seria prioridade em um veículo de surf. A vida deu uma banda e foi bom pra entender certas coisas, foi nessa que percebi que uma mídia independente me daria muito mais satisfação pessoal, perspectiva profissional e também prestaria um serviço melhor ao esporte. Ainda estamos operando em beta (teste), azeitando o design e navegabilidade. O mais maneiro é que a equipe respira bodyboard. Rodrigo Bolinha, responsável pela criação, design e projetos, é bodyboarder de Itacoatiara; Rodolfo Fiúza, diretor de tecnologia, foi campeão brasileiro amador no início dos anos 90. Temos uma verdadeira "tropa de elite". Fechamos ainda uma parceria com a revista Ride It, que tem doze anos, já foi impressa e agora está na segunda edição da era virtual. O plano é levantar a moral do esporte através do Planeta, pois sabemos o que a molecada quer ver e ler. Eu carrego esse piano há um bom tempo e agora tem mais dois carregadores, um deles tem 90 quilos. Agora ficou leve, estou amarradão no projeto.

Qual o papel da internet neste processo, já que há escassez de revistas especializadas?

A internet é uma revolução na comunicação. Mas existe uma grande diferença entre você ter um bom conteúdo e as pessoas acharem esse conteúdo para ler. A net ainda permite a transmissão ao vivo dos campeonatos. A primeira missão do Planetabodyboard.com foi a cobertura on-line do Shark Island Challenge 2008. Apesar das ondas não terem quebrado daquele jeito no segundo dia de disputas, foi incrível acompanhar o evento em tempo real. Fiquei acordado até às 4 horas da madrugada, mas a sensação de dever cumprido fortalece o espírito. Na seqüência, demos uma geral no Rio Bodyboard Pro, circuito carioca idealizado e gerenciado pelos próprios atletas, que só rola em boas ondas e picos bons para o bodyboard. A próxima parada do bonde do Planeta é o litoral Norte do Rio, no Rio das Ostras BB International. Estamos produzindo coberturas especiais para cada etapa do circuito mundial, sempre melhorando a cada uma delas. Aos poucos vamos colocar on-line o conteúdo mais abrangente e variado do esporte em nível mundial.

O que falta para a indústria do surfwear integrar de vez os consumidores do bodyboarding?

Às vezes fico até chocado, falta um pouco de vergonha na cara por parte da indústria do surf por não querer entender que o bodyboarder está na água, nas praias e nas surfshops. A impressão que dá é que não querem ver o esporte. Na Austrália, as grandes do surf patrocinam os aussies para competirem contra os brasileiros. A Rip Curl, na França, patrocina Pierre Louis-Costes, grande talento da nova geração. E aqui no Brasil? Quem patrocina o Uri Valadão, vice-campeão mundial 2007? Por outro lado, o formato amador que o bodyboard se encontra não motiva ninguém a botar a mão na carteira, muito menos empresas acostumadas com profissionalismo. A real é que tanto quanto os empresários deveriam olhar o bodyboard com mais carinho, atletas, organizadores e juízes podem esforçar-se mais e buscar excelência na gerência do esporte.

E a velha rixa entre surfistas e bodyboarders, em que estágio se encontra?

Qualquer preconceito à essa altura do campeonato é burrice. É ridículo você querer determinar como uma pessoa é pelo tipo de prancha que ela prefere. Não vejo isso só na questão surf x bodyboard. Além de bodyboarder, sou lutador de jiu-jitsu e existe aquele estigma de arruaceiro, brigão, o que terminantemente não sou. Podemos dizer ainda que todos os políticos são ladrões, mas com certeza cometeremos alguma injustiça. Nesse papo antigo, só vejo esse preconceito com o bodyboarding entre os coroas do surf e os mal informados (que geralmente não sabem nem pegar onda). A tribo bodyboard tem muitos adolescentes e meninas como praticantes e, com eles, o povo tende a não respeitar e fazer o que quer. Comigo a pressão é outra, sigo a lei do mar e respeito para também ser respeitado. Nunca precisei brigar para me impor na água, mas também nunca amarelei. Mas chega dessa história, já passou da hora de virar a página.

Quando o Planetabodyboard vai integralmente para o ar?

Já estamos operando em formato beta, apenas com o conteúdo de competição. Em novembro rola o lançamento oficial e vamos agitar sampa com uma festa irada para marcar o momento histórico. A equipe Fluir é nossa convidada. Boa oportunidade pra galera se atualizar sobre o mais vencedor dos esportes de onda no Brasil. Keep bodyboarding...

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